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quarta-feira, 8 de agosto de 2007

fórmula da religião


Não fazendo nenhuma apologia a religião, quero demonstrar minhas ponderações sobre a funcionalidade dela.

A religião me parece em essência uma fórmula projetada para uma aproximação do homem com outros homens, apesar de hoje e durante a história, muitas vezes não cumprir seu papel. A religião surge da necessidade do homem compreender a própria morte, estudando a formação das primeiras cidades veremos que elas se formaram principalmente, em função da necessidade das pessoas se reunirem para sepultar seus mortos, Como? Ainda antes do surgimento das grandes civilizações os homens encontravam se a maioria das vezes em rituais fúnebres e mesmo depois que o desenvolvimento das técnicas propiciaram o aparecimento mais significativo das aglomerações a morte esteve sempre atrelada ao cotidiano dessas populações, por exemplo as pirâmides do Egito Antigo.
A religião se apodera desse fato transformando-o em algo sagrado e dando explicações para esta condição humana. O homem busca a verdade, mas ele procura mesmo a eternidade, quando paramos para pensar em perder o nosso ser, os nossos amigos tudo que construímos, nos entristecemos muito e muitos se desesperam, lembre-se que talvez hoje muitos não pensam muito nisso por causa da religião. A religião nos explica sobre as questões referentes a morte, mas o funcional não é apenas essas explicações mas principalmente os ensinamentos.
O cristianismo pode ser pensado sob a ótica da funcionalidade, O homem para chegar a vida eterna deve morrer para o pecado, então o que é o pecado? Para os judeus o pecado é fruto do desejo que é inato na essência humana, um ímpeto que move o homem na busca por algo. Esse desejo pode dar lugar a um ato pecaminoso se ferir uma moral coletiva ou uma lei, que visa não um bem imediato mas um bem coletivo ou bem comum, seguindo essas regras do cotidiano o homem pode alcançar a vida eterna. O cristianismo em sua tradição prova isso com a ressurreição de cristo, que nas tradições é considerado Deus feito Homem. Mas o que isso significa? De forma não muito aprofundada o cristianismo prova que para conseguir uma condição superior ou morrer para a morte as pessoas devem praticar atos nobres de amor para com as outras pessoas.
Recapitulando a questão do pecado se olharmos a essência dos mandamentos veremos que ele tenta anular o egoísmo nato para criar uma objetividade comum que pacifique as relações humanas, um principio moral de não buscarmos nosso próprio contentamento, mas o contentamento de todos, o sentimento envolvido na religião é geralmente o altruísmo que nos move para buscar um outro ser e construirmos alianças como amigos, namoro e casamento. O pecado é fruto do egoísmo e não podemos escapar todos nós somos egoistas em nossa essencia material, principalmente quando devemos nos alimentar com prazeres dos mais variados desde uma boa refeição até uma companhia agradável, se tivermos as coisas que nos dão prazer como escassas muitas vezes nosso egoísmo falará mais alto e passaremos por cima de princípios morais e éticos, que podemos exemplificar simplesmente como utilizar meios que firam a uma outra pessoa para atingirmos um objetivo, analisando essa questão sobre o ponto de vista religioso, por exemplo o mandamento de não matar, numa sociedade de coisas escassas se pensarmos apenas em nós, ou seja, seguir o desejo não pensaríamos duas vezes em matar alguém para termos nossas necessidades satisfeitas, isso geraria muito mais dor que em cadeia geraria um grande problema, pois estaríamos ferindo o maior bem que existe no homem que é sua vida. A religião assim como a filosofia buscou de diversas formas conciliar o interesse de todos e que nenhum interesse isolado seja maior que o direito do outro de viver com dignidade.
Dado o último exemplo podemos simplificar para finalizar este texto que a religião tenta nos trazer consciência coletiva, não estou falando aqui de interpretações ou de instituições religiosas que muitas vezes não fazem seu papel e ao invés de ensinar a pacificar criam atrito entre as pessoas, mas estou falando que se seguirmos o desejo sempre vamos querer a maior parte para nós e que se pararmos por algum instante para pensar coletivamente ganharemos a consciência de que talvez o maior pedaço deva ir para quem está sem comer a muito mais tempo, não estou dizendo para sair por aí orando mesmo por que eu não tenho religião, mas para pensarmos mais em nossos atos para que eles não provoquem tragédias.
Para pensar: Somos seres conscientes de nós mesmos e dos outros? Somos seres racionais ou emocionais? seguimos mais o que pensamos ou que sentimos necessidade de saciar?

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